"A morte é a curva da estrada,
Morrer é só não ser visto.
Se escuto, eu te oiço a passada
Existir como eu existo."
Fernando Pessoa, 1932
A morte nunca se faz anunciar. Surge sem aviso e leva-nos as pessoas que admiramos, que estimamos e que nos fazem falta. Jorge da Conceição Godinho faz parte dessas pessoas que desaparecem no prazo de um mês, deixando-nos atordoados e sem palavras. O Jorge foi-se embora no dia 08 de Junho, deixando o sorriso que o agarrava, ainda à vida, sucumbir à fatalidade. Há pessoas que ficam na nossa história porque nos marcam, de alguma forma, pelo que são, pelo que fazem, pelo que dizem ou pelo que transmitem.
Amigo, professor, contabilista, dedicado à nossa Associação Igrejanovense, como Presidente do Conselho Fiscal, e ainda noutras colectividades como a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários e a Santa Casa da Misericórdia de Ferreira do Zêzere e do Centro Social e Bem Estar de Pias, igualmente com funções de Presidente do Conselho Fiscal, e ainda membro da Assembleia Municipal de Ferreira do Zêzere, tinha semre as palavras certas nas ocasiões devidas, aquelas que se devem ouvir em momentos solenes, aniversários, reuniões e que inspiravam, de resto, muito do que escrevo no Nosso Jornal. Porque era um homem sábio, de boa vontade e humilde de coração.
Por todas as razões, porque o Jorge é dessas pessoas insubstituíveis, porque fez a diferença e deixou a sua marca onde viveu, porque é importante e porque merece ficar na nossa História e na nossa memória, porque é preciso que as gerações futuras (re)conheçam o seu valor, para servir de inspiração, merece uma homenagem à altura do que ele foi para a nossa freguesia, imortalizado com lápide e nome de rua.
E porque "morrer é só não ser visto", o Jorge viverá para sempre na minha e na nossa memória e nos nossos corações porque será para sempre recordado e lembrado com muita saudade.
Manuela Sofia Silva
In "Despertar do Zêzere" 1ª Quinz Junho/2012